Hoje acordei com uma ideia fixa na cabeça: TERIA que aprender a cozinhar berinjela. Mas não de qualquer jeito. Eu queria era gostar de cozinhar a joça da berinjela. Gostar de comer a berinjela, desfrutar da berinjela, desejar a berinjela.
Não estou grávida, antes que me perguntem. Como o Marcos já profetizou, eu só vou engravidar depois que chegar aos 65 - uma daquelas peças que a vida prega na gente. Eu só PRECISAVA dominar a técnica da berinjela. Tipo um desafio. Ou maluquice mesmo, chame como quiser.
Peguei as três berinjelas que estavam na geladeira e fiquei encarando aqueles legumes fashion. Berinjela é cor da moda. Mas como ficaria cozida?
Peguei o note e levei pra cozinha. Abri a abinha do São Google e digitei "pratos com berinjela". Descobri que dá pra fazer bastante coisa com a bendita. Canelones. Sopas. Suco (!) contra o colesterol.... menos, menos, vamos tentar algo mais ameno. Lasanha. Gostei da receita. E, magicamente, tinha todos os ingredientes na geladeira.
Difícil foi cortar a berinjela em fatias. Elas não são muito anatômicas... ou eu que sou mesmo muito desastrada. A receita mandava ferver as fatias até ficarem transparentes - quesqueçá, como assim transparentes? Fiquei olhando a água fervendo com as fatias dentro, esperando pra ver se ficavam transparentes mesmo. Desliguei o fogo antes que elas derretessem por completo. Ainda mando um e-mail malcriado pra quem falou que berinjelas ficam transparentes...
Aí tinha o molho. Pediam duas latas de molho de tomate. Ô moço, eu só tenho de saquinho, vale?
Resolvi fazer um molho diferente do que mandava a receita. Alho, cebola, tomate, pimentão, salsa, cebolinha, coentro, manjericão, louro, molho e - tcharam, o toque - requeijão! Ficou bom. Nada, vamos deixar a modéstia de lado, ficou MUITO bom.
Catei os presuntos, blanquets e mussarelas da geladeira e comecei a montar a escultura, digo, a lasanha. Foi meio difícil fazer camadas com as fatias berinjélicas molengas (transparentes...humpf, só se forem as dele...), fiz as camadas molho-berinjela-molho-presunto-queijo-molho-berinjela e assim, sucessivamente, acabei montando o prato mais charmoso que já fiz. No final, joguei aquela quantidade de queijo parmesão considerável e taquei no forno. Agora era rezar, digo, esperar.
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Como só minha mãe parecia disposta ao sacrifício de experimentar a iguaria, mandei pro forno batatas e peixe, porque tem gente aqui em casa que não gosta de fortes emoções. Caprichei também na saladinha crocante - repolho e beterraba raladinhos - e na salada verde. No mais, seria um plano B, caso eu também não aprovasse o resultado.
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Uma hora depois - sim, meu fogão é um molenga - tirei do forno aquela peça gratinada, cheirosa e com uma aparência suculenta. Mesa posta, tirei meu pedaço, fiz o sinal da cruz e caí dentro. Ficou ótima. Muito boa mesmo. Meu pai olhou gulosamente e perguntou o que era aquilo. Depois fechou a cara - Pô, berinjela? Eu detesto berinjela!
Mas aí vem o pulo do gato: fiquem sabendo que berinjela não tem gosto. Tentei argumentar com ele sobre essa característica dela, mas ele ficou irredutível. Azar.
Definitivamente, lasanha de berinjela não deve nada à lasanha normal. E ainda tem o barato de ser menos calórica. Escolhendo os ingredientes certos, você faz um prato que sustenta - afinal, ninguém gosta de sentir fome pouco depois da refeição, mas esse é o mal da dieta... - e que tem sabor de sobra.
Acredite. Vale a pena experimentar.
Olá querida... Realmente lazanha de berinjela é um prato fabuloso. Minha mãe faz com carne de soja. Fica ótima, mas também nunca ouvi falar de beringela transparente... Hehehe
ResponderExcluirsabe que faz muuuuito tempo que prometo que vou fazer a tal lasanha de beringela? tenho umas duzentas receitas, mas ainda nao tive tempo de fazer... bjus, uma semana maravilhosa pra ti!
ResponderExcluirA minha mãe fatiava a beringela com o fatiador de queijo. Deve facilitar!
ResponderExcluirbjão!