domingo, 18 de abril de 2010

É que me dá uma preguiça...

Ando numa preguiça só. Daquelas de querer ver o tempo passar da janela do quarto enquanto escurece, os sons do dia vão sendo substituídos pelo som das buzinas dos engarrafamentos de fim de tarde, das panelas mexidas na hora do jantar, o boa noite do Willian Bonner, a musiquinha da novela das 8-que-na-verdade-começa-às-9, até que aquele fio de suspiro vem arrematar mais um dia e enfim, você dorme e tudo começa de novo. Acho que ando meio melancólica ultimamente. Na verdade, tenho preguiça até da melancolia. Tenho visto o tempo passar e pensado o que eu poderia fazer para começar de novo aquilo que me programei pra fazer. Já sei o plano de cor, falta executar. Mas dá uma preguiiiiiça...
Dá preguiça de acordar. De tomar banho de manhã. De caminhar até a escola. Dá preguiça de dar bom dia pros alunos, de chamar atenção, dá preguiça de elogiar. Dá preguiça de subir as escadas pra chegar em casa, dá preguiça de ir pra academia, de ligar pro noivo, de fazer as contasjunto com ele pra ver se o salário dá... dá preguiça de fazer o jantar, preguiça de lavar a louça. Dá preguiça de deitar pra dormir - é que de manhã deu preguiça de arrumar a cama e agora não consigo deitar vendo os lençóis embolados...
Sério, eu já pensei até em desativar o blog. Estava com preguiça de escrever. Preguiça de ler o jornal. De ver os e-mails. De acompanhar o twitter. Preguiça de qualquer coisa.
Mas aí me deu preguiça da preguiça. Só em uma mente louca como a minha isso faz sentido ou vocês conseguem me entender? Tenho andado distraída, impaciente, imprecisa. Parafraseando Renato - o Russo - ainda estou confusa, só que agora é diferente. Deu uma louca nessa preguicite toda e resolvi correr atrás do estrago. Nunca é tarde pra sair da janela e procurar uma porta.
Fiz um trato comigo, e eu quero me dar um presente esse ano. Um presente diferente, nada material. Quer dizer, tem matéria, mas não é bem de consumo. Na verdade, é consumível sim, visto o noivo e etc e tal, acredito que esse presente não é um mimo, um agrado para acalmar a ansiedade, mas uma conquista, algo sólido.
Sair do estado inerte foi o primeiro passo - e cansei da preguiça de verdade. Mesmo que ela venha e vença algumas vezes, não é o fim, apenas uma batalha. Se tenho inteligência para fazer relações e saber onde errei, dessa mesma inteligência posso tirar a solução para não errar mais.
O que é importante entender, de verdade, é que a vida tem fases, altos e baixos, mas é dinâmica e - pasmem - inédita. Se eu penso que é o fim da batalha hoje, amanhã terei mais 24 horas pra chegar a uma vitória, e depois mais 24, 36, 48, 72, por aí vai...
No entanto, já gastei tempo demais com a preguiça, sendo essa uma atitude que não vale a pena, já que não me traz benefícios nenhum. Tenho que ser mais atenta aos meus desejos profundos, de mudanças positivas, deixando os supérfluos para depois.
E principalmente, preciso ser mais franca e honesta comigo (já chega de me enganar com a preguiça). Que os familiares "só mais 5 minutinhos" só aconteçam quando eu estiver caminhando na esteira em direção à vitória.