domingo, 3 de agosto de 2008

Pensando sobre comida

Esse foi o meu último fim de semana de férias. A partir de amanhã, estarei as voltas com alunos, mães, lanchinhos e cantina. Ah, a cantina... um grande antro de tentações responsáveis por grande parte do estrago...
Quer dizer, não que a cantina seja responsável por nada. A responsável sou eu, mas vocês entendem o que eu quero dizer, né? As diversas guloseimas expostas nos potes coloridos eram chamarizes perfeitos para os meus ataques vorazes, isso sem falar nos salgados, refrigerantes e tudo o mais. Quase todos os dias era ali que eu fazia meu lanche da tarde, um salgado com queijo, presunto, ketchup, um refrigerante e às vezes um docinho pra arrematar. E muitas calorias de sobra para meu corpo transformar em novos pneus e outros acessórios, se é que me entendem, rs.
A verdade é essa: eu comia muito mal. Apesar de saber que não estava fazendo bem para mim, pois não sou nenhuma leiga em nutrição, não me importava de colocar pra dentro todas aquelas porcarias, ainda fazia com gosto, ainda queria mais. Havia dias em que comia duas vezes, mas não por fome. Descontava na comida as ansiedades do dia a dia, as frustrações, até as vitórias.
Esses dias de férias serviram para que eu repensasse como eu estava conduzindo a minha alimentação. Pensando, lendo e principalmente observando, a ficha caiu e vi que não era só eu que estava me comportando desse jeito...
Olhe ao redor e veja: como nossa relação com a comida é doentia! Comemos porque estamos tristes, comemos porque estamos felizes, comemos, comemos, comemos. Parece que vinculamos todas as emoções com a fome, que nada mais é do que uma necessidade do corpo para funcionar. E não sou só eu ou você que fazemos isso, percebo que construímos um modo de vida que está a todo tempo associando comida com sentimento. Analise as revistas, os programas, as propagandas. O que vê?
Já pararam pra pensar nos aniversários? A modinha agora é comemorar aniversários em rodízios (de pizza, de massas, de petiscos, carne, e outros mais que existem por aí). Para não gastamos muito dando festinhas, chamamos os amigos, sentamos numa mesa comprida e comemos. Enquanto tiramos fotos e abrimos presentes em meio a pratos, talheres, garçons e os outros clientes do restaurante, tentamos conversar com aquela pessoa que não vemos há um tempão e acabou sentando longe de você porque fisicamente é impossível que todos fiquem perto numa mesa de 20 pessoas. E além disso, você não consegue manter uma conversa agradável, porque a toda hora o garçom interrompe oferecendo um novo pedaço dos sabores mais "criativos"(pra não dizer exdrúxulos). Você se atrapalha, não sabe se continua a conversar com seu amigo ou se aceita um pedaço de "pizza de bolo de carne assada com bacon, ovos e ervilha". Fora a disputa de "quem come mais". Gente, vamos ser realistas, isso é diversão? Quando deixamos de nos comportar como seres humanos para virarmos tratores?
A minha relação com a comida nem de longe estava fazendo bem para mim. E olha que eu não tenho frescuras restritivas, como de tudo. O problema é que eu queria comer TUDO o tempo todo. Mesmo sem fome.
A vontade de comer regulava meu dia, a fome que eu pensava sentir era nada mais que ansiedade. Quando você passa a viver assim, nem lembra mais o que é fome de verdade, comer é mecânico, o engolir é automático. Eu não mastigava, não sentia o sabor dos alimentos, e já terminava um pedaço pensando no outro que ia comer.
Talvez alguém leia isso e pense "Nossa, que maluca..." Mas eu sei que milhares de pessoas vivem dessa forma e não entendem o que está acontecendo com sua vida. Eu percebi o estrago que estava fazendo, agora busco consertar e não passar por isso de novo.
Amanhã, quando encarar a cantina no meio da tarde, vou analisar friamente os produtos que ela oferece. Como eu preciso conviver com aquele espaço (e não posso ignorá-lo, pois a dona é uma pessoa maravilhosa e uma colega de trabalho sensacional), devo aprender a fazer as escolhas certas e que se adequam às minhas necessidades. Pretendo levar lanche de casa, mas às vezes a correria do dia a dia nos prega uma peça, e a endocrinologista mandou comer de 3 em 3 horas. Será que eu consigo encontrar algo interessante e saudável em meio os doces e salgadinhos?
Aliás, achei uma tabela de calorias super bacana num site de gastronomia. Ela lista aqueles salgadinhos industrializados, fritos e de pacote, que a gente ataca na hora da fome e da correria, serve pra gente se basear e fazer as melhores escolhas na hora que não tem jeito, né?
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Um comentário:

  1. Oi Marcela! Eu sou Isabela, do blog Quero ser uma pin-up. Nossa! Amei sei blog, vou ficar sempre dando uma passadinha por aqui. Não tenho quase tempo nenhum pra postar, menina! Mas o blog tá me ajudando a ter compromisso com a dieta, e por isso vou mantê-lo. Força pra nós, companheira! Um beijo!

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